![](https://blog.ecavesbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/12/16-300x300.png)
O ecoturismo vem crescendo de forma contundente em nosso país, movimentando cadeias produtivas, pequenas, médias e grandes empresas, além de fornecer serviços essenciais para todos aqueles que desejam conhecer a vastidão da biodiversidade encontrada no Brasil.
Porém, ao pensar sobre a dinâmica e a modificação das paisagens para construção dos empreendimentos, é necessário ser consciente das escolhas paisagísticas que serão feitas, isso porque ao selecionar espécies exóticas, muitos problemas podem ser causados.
Para falar deste problema, traremos o caso da invasão biológica de Pinus na região do Morro do Pai Inácio, na Chapada Diamantina. Vamos entender melhor como se dá este processo?
![](https://blog.ecavesbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/12/17-300x300.png)
O pinus é uma planta pioneira, que se reproduz e cresce muito rapidamente mesmo sob condições ambientais limitantes, tem grande capacidade de adaptação, e que compete com as espécies nativas plantas por recurso, sendo considerada uma espécie exótica invasora no Brasil.
Espécies exóticas invasoras são organismos que foram introduzidos fora do seu habitat natural e acabaram se adaptando, tomando conta de áreas onde um determinado ecossistema já ocorria de forma equilibrada, com isso as espécies originais dos ecossistemas ficam ameaçadas devido ao desequilíbrio e ao poder de crescimento rápido do invasor.
Essa forma rápida de se alastrar no ambiente gera o que conhecemos por invasão biológica, processo onde as espécies exóticas, persistem, propagam-se e alastram-se além de determinados limites. Este problema é global e começou com o manejo inadequado das espécies entre diferentes partes do mundo, trazendo prejuízos sérios no presente, principalmente no que diz respeito às questões socioeconômicas, à diversidade biológica e à saúde das pessoas.
![](https://blog.ecavesbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/12/18-300x300.png)
As unidades de conservação são territórios imprescindíveis para resguarda dos ecossistemas originais de cada região. Elas servem como amostras importantes da natureza presente em cada local, sendo seu manejo e gestão voltado para manter e recuperar a biodiversidade local. A presença de espécies exóticas invasoras representa um problema complexo, que tem demandado ações específicas de manejo e recuperação das áreas.
Mas qual seria a solução para este problema? Muitos países têm instituído programas de erradicação de espécies exóticas invasoras, especialmente nas áreas protegidas.
No Brasil, diversas iniciativas tem sido conduzidas em relação a esses conflitos, tais como no Parque Estadual de Itapuã-RS, onde foram realizadas pesquisas para manejo, controle e erradicação do pinus. No Parque Nacional da Tijuca – RJ, ações tem sido efetuadas visando o controle de espécie exótica invasora na região: a jaqueira.
Mais recentemente, no Paraná, foi criada a Iniciativa Campos Gerais, que congrega voluntários visando erradicar e controlar a invasão dos Pinus nos raros e esparsos fragmentos de Campos ainda existentes no Segundo Planalto Paranaense (@iniciativacamposgerais). Campanhas na região dos mais esparsos ainda fragmentos de campos naturais de Curitiba foram executadas por voluntários nos anos 1990, sob o nome “Exterminai os pinus dos campos”. Muito há que se fazer sobre essa temática, em todo o país!
São diversos os exemplos que podemos encontrar, mas com certeza a melhor forma de combater este problema é reconhecer que ao manejar áreas próximas a ambientes de proteção de fauna e flora, especialmente unidades de conservação de proteção integral, cuidados especiais devem ser tomados, para que o manejo da paisagem não seja foco de novos problemas.
O uso de espécies exóticas com potencial invasor deve ser evitado, para que não represente ameaça aos ecossistemas conservados, como o que está ocorrendo no entorno do Morro do Pai Inácio, na Chapada Diamantina.
Para controlar isso, urgentemente se faz necessária a supressão de todos os indivíduos adultos que estão disseminando as sementes nas propriedades do entorno. E em seguida, estabelecer ações de remoção dos indivíduos que se desenvolveram no entorno, até sua eliminação total. Quanto mais tempo se demora para efetuar o controle e remoção, mais esforços, tempo e recursos serão necessários para resolver o problema!