Gruta do Maquiné, uma das primeiras cavernas abertas à visitação no Brasil

No Brasil, temos leis que promovem a preservação das cavernas, peças fundamentais para um turismo responsável para que esses ecossistemas perdurem para as futuras gerações, isso porque um meio ambiente equilibrado é direito de todos nós.

Escorrimentos na Gruta de Maquiné, MG. Foto: Gisele Sessegolo

As leis são importantes para instituir de forma regularizada a visitação e exploração desses espaços. Porém, antes vamos falar um pouco de tempos onde as cavernas começaram a ser exploradas, um exemplo de uma caverna aberta para visitação no Brasil é a Gruta do Maquiné, considerada o berço da paleontologia brasileira. 

Essa caverna teria sido descoberta por volta de 1825, pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, que se deparou com registros de visitantes ainda mais antigos, humanos pré-históricos que deixaram inúmeras pinturas rupestres nas paredes e no teto da cavidade.

A gruta começou a ser explorada cientificamente em 1834 por Peter Wilhelm Lund, um naturalista dinamarquês, se tornando um dos mais importantes sítios arqueológicos, paleontológicos e espeleológicos do Brasil, com reconhecimento internacional dos estudos realizados. 

Anteriormente, a cavidade era utilizada para a exploração de salitre, situação descrita por Peter Lund em seus escritos enviados à Dinamarca. Hoje os vestígios das escavações para extração de fósseis ou salitre, fazem com que a caverna também seja considerada como um sítio arqueológico-histórico.

Detalhes de espeleotemas na Gruta de Maquiné, MG. Foto: Gisele Sessegolo

Foi aberta em 1908, e logo se tornou um destino popular para estudantes realizarem pesquisas. Em 1967, a caverna passou a ser atração turística, atraindo pessoas de todas as partes do país para ver suas belezas, movimentando inclusive a economia do município de Cordisburgo. 

Ainda em 1967, foi a primeira caverna brasileira a receber iluminação artificial, proporcionando uma experiência ainda mais imersiva e rica para os visitantes. Reconhecendo o valor desse patrimônio natural, o Monumento Natural Estadual Peter Lund (MNEPL) foi criado em 2005, tendo como objetivo proteger e conservar não apenas a Gruta do Maquiné, mas também a flora e fauna de seu entorno. Atualmente, é a unidade de conservação mais visitada da região e você também pode visitar todos os dias, entre 8h30 às 17h, sendo a última saída às 16h, sempre com o acompanhamento de um dos monitores, aqui no eCaves você pode ficar por dentro desse passeio.

Registro da entrada da Gruta do Maquiné, MG. Foto: Gisele Sessegolo

As iniciativas legislativas demonstram a importância de preservar não apenas as cavernas em si, mas também o ambiente ao seu redor, garantindo a sustentabilidade e a preservação de toda a rede desses ecossistemas complexos. Ao criar unidades de conservação e promover o turismo consciente, as leis contribuem para a valorização desses espaços naturais e para a conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental.

Assim, garantir uma visitação responsável, em consonância com as leis e normas vigentes reflete na eficiente preservação desses ambientes naturais únicos, garantindo sua conservação para as gerações futuras e promovendo a conscientização sobre a importância da biodiversidade e do patrimônio cultural do Brasil.

Fonte:

GOVERNO DE MINAS. Plano de Manejo do Monumento Natural Estadual Peter Lund – Resumo Executivo. Viçosa, Minas Gerais – Brasil. Novembro, 2011. Disponível em: <https://biblioteca.meioambiente.mg.gov.br/publicacoes/BD/Resumo%20executivo%20Peter%20Lund.pdf> . Acesso em: 22 jun. 2023.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESPELEOLOGIA. Legislação sobre Cavernas no Brasil. Disponível em: <https://www.cavernas.org.br/legislacao-sobre-cavernas-no-brasil/>  Acesso em: 12 jun. 2023

Uma resposta para “Gruta do Maquiné, uma das primeiras cavernas abertas à visitação no Brasil”

  1. Conheci as Grutas Rei do Mato e da Lapinha, só falta conhecer a Gruta Maquiné. Pena que o acesso não é fácil e talvez com poucos meios de transportes para o local. Quero conhecer na próxima oportunidade.

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