Quando eu ainda pensava sobre a profissão que iria exercer na época do vestibular, acabei seguindo minha vontade de trabalhar com algo que me permitisse viajar bastante, conhecer pessoas e paisagens naturais. Acabei por me matricular em um curso técnico de Guia de Turismo Regional, seguindo a especialização em Atrativos Naturais. Anos depois, entre 2017 e 2020, tive a oportunidade de trabalhar como instrutora nesta especialização fornecida pelo SENAC para atender as regiões da Serra da Bodoquena e Pantanal.
O conhecimento e a experiência que este curso técnico me proporcionou como aluna, guia e instrutora mudaram completamente minha carreira profissional. Por isso, trouxe esse tema aqui para o Blog do eCaves Brasil, pois se você quer conhecer as unidades de conservação e as cavernas turísticas ou, ainda, atuar no mercado do turismo, é essencial saber da importância de um profissional capacitado para guiar com segurança e enriquecer a experiência durante a visitação.
A formação do guia de turismo no Brasil consiste em um curso técnico que tem a duração de 1 até 3 anos, incluindo as especializações. Diferentes instituições de ensino, públicas e privadas, têm ofertado este curso pelo país. Para poder atuar no mercado, após concluir a sua formação, o guia de turismo deve estar devidamente cadastrado no CADASTUR/EMBRATUR. Este é um sistema de cadastro do Governo Federal que coordena, formaliza e legaliza pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do Turismo. É também no CADASTUR que o guia de turismo pode validar a sua competência para trabalhar atendendo em outras línguas e registrar suas especializações.

A profissão de Guia de Turismo é reconhecida pela Lei Federal 8.623/93 e suas atribuições são: acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais interestaduais ou especializadas dentro do território nacional; acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados nos Brasil; promover e orientar despachos e liberações de passageiros e respectivas bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários. Além disso, o guia deve portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pelo Ministério do Turismo, em local visível.
Além disso, é importante que o guia se mantenha atualizado e busque formação contínua. Existem, ainda, as especializações reconhecidas pela Embratur e exigidas em muitos estados para permitir a atuação dos guias em determinadas regiões e situações. São elas:
Guia de Turismo Regional: Compreende a recepção, o traslado, o acompanhamento, a prestação de serviços, a assistência ao turista, itinerários, ou roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada Unidade da Federação (UF), para visita aos seus atrativos turísticos.
Guia de Turismo de Excursão Nacional: abrange o acompanhamento e assistência aos grupos de turistas durante todo o percurso da excursão de âmbito nacional ou realizado na América do Sul, adotando todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias para a execução da programação.
.Guia de Turismo de Excursão Internacional: realiza as atividades do Guia de Turismo de Excursão Nacional para os demais países do mundo.
Guia de Turismo Especializado em Atrativo Turístico: quando as atividades compreendem a prestação de informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo natural ou cultural de interesse turístico.
Mas quando se trata da realidade das unidades de conservação e das cavernas turísticas, encontramos também outros atores em ação: os monitores ambientais. Mas qual a diferença entre o guia de turismo e o monitor ambiental?
No caso, para ser um monitor ambiental autônomo é necessário fazer o curso de capacitação oferecido geralmente pela própria gestão das unidades de conservação ou do atrativo, de acordo com a demanda local. O curso geralmente tem carga horária de 80 horas, divididas entre teoria e prática e permite que o monitor atue especificamente no local onde está habilitado, não abrangendo, portanto, as atribuições dos guias de turismo. Assim, como o exemplo que observamos nos atrativos de Bonito (MS), guias e monitores atuam na mesma região, cada um com suas atribuições específicas.
Assim, é importante que tenhamos claro as situações em que vocês precisam do guia de turismo habilitado para garantir a boa experiência na sua viagem.